Viagem de clandestino – par João António PiresViagem de clandestino – par João António Pires

Viagem de clandestino

1

rapazes e raparigas

que me conheceis desde pequenino

eu fui dos tais

que para França émigrei clandestino

2

os meus martirios passei

au destino me lançei

para na frança émigrar

grandes montanhas andei

para ver de la chegar

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agora vos vou contar

o que foi meu viajar

eu digo a sorrir,

mas nao a brincar

o dia era para dormire a noite para caminhar

4

no dia 11de julho de 1965

acreditai no que eu vos digo

olhai que eu nao minto

a nossa terra deixei com o rosto cheio de lagrimas

dor que hoje nao sinto

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as oito horas da noite larguei

do meu pequeno lar

nem pela povoaçao passei

para mais lagrimas nao arramar

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para Mane me dirigi

por onde fui passar

voltando costas ao povo

vila verde ia deixar

7

minha mae me acompanhou

com lagrimas na carra me falou

assim muito baixinho

nao te esqueças de nos e lembra-te do nosso pequenino

8

o relogio todo vaidoso

de nada se emportava

sem dar satisfacoes

para as nove caminhava

9

era a hora combinada

para o carro ali aparecer

ia entao comecar

a viagem a fazer.

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isto nao é brincadeira

foi coisa bem séria

numca julguei de fazer

viagem tao severa

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do Cimo da tapada parti

de minha mae me despedi

ela ficou a chorar

em casa tinha deixado mulher e filho a gritar.

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com lagrimas no rosto

para o carro montei com esforço

pouco depois em Vinhais ia passar

logo as 10 horas no cruzamento da quadra

ali ia entao apear

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um rapaz de momento apareceu

e me veio falar

sou o homem eu

que a manzalvos o vou guiar

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com aquele modo de fala

parecia ser bom cavalheiro

a onde me foi deixar

à casa de um padeiro

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eram tres da manha do dia doze

quando naquela casa entrei

onde avia boas mantas

ali sim bem descansei

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au amanhecer o dia

là naquela gente

nao avia parança

eu entao pensei

Sao os que vao a feira de bragança

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dia doze e treze ali repousei

e entao assim lhe falei

o que é que aqui se faz

se nao vou para diante volto para traz

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terça a noite dia treze se falou

assim me explicou aquele senhor

as nove da noite partiria

armado em ceifador

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de foiçe na mao fui seguindo

sem aspeto de ceifador

por ali ia fugindo

mas nao parecia travalhador

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de Manzalvos partira,esta se ia deixar

caminhando sem demoras

dois senhores me iam acompanhar

andando rapidamente para à estrada chegar

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là se via um carro a aprocimar

sera aquele que nos vai levar

nao é coisa certa

ali amarrado num monte de gestas

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quando o carro ali chegou

o chofer aquele senhor mirou

logo de golpe parou

sem mais querer saber

« andai montai depressa nao à tempo a perder »

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de facto,nos nao exitamos

logo no automovel montamos

seguindo aquela estradita

de momentos se avistava a Mesquita

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quando a Mesquita se passava

muito ceifadore là andava

o chofer brincalhao dizendo « ola

deixai a ceifa e vinde para là  »

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a Mesquita se deixava

pelo Pereiro se passava

na estrada nacional iamos entrar

e ao kilometro 434 fomos apear

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o chofer ali nos deixou

antes,assim nos falou

« naquelas gestas tereis de ficar

até vir outro camarada que vos ira guiar  »

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eram dez horas e meia da noite

isto sem por nem tirar

as onze em ponto apareceu o figurao

que até mais longe nos ia levar

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ali parou entao

um grande espadalhao

assenando com a mao ,dizendo « vinde montar

sou eu que por ai adiante vos vou acompanhar »

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a esse instante começa-se a rolar

deixando assim para traz as massadas

entao diz o domingos

« olhai, alem sao as Edradas »

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assim se ia viajando

naquele terreno bem torto

mas dentro de momentos

passava-mos o alto do pôrto

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là se foi subindo

aquela serra escalabria

à meia noite ,nos passando

o portelo da Senabria

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a estrada melhorou

ja se andava mais agora

o chofer nos indicou

ao longe « aquela luz é Zamora  »

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o automovel muito andava

o condutor se explicava

« vamos là para a frente

à uma da manha estaremos em Benavente »

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por essas terras fomos passando

sempre com fé e crença

as duas da manha

chegamos a cidade de Palencia

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eram terras de Castilla

como mudos e surdos

as três horas avistamos

a grande cidade de Burgos

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eu claro que nao dormia

por onde passava via

atente com a memoria

as quatro horas estava em Vitoria

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Vitoria cidade linda

que é de admirar

dando volta eu vi

a fabrica das cartas de jogar

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rolando sempre sem parar

Castilla se ia deixar

por aquela estrada nua

as cinco horas estava em Alsaçua

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um cruzamento avia entao

o chofer sem mapa nem reçeio

deixou a estrada de Sao Sebastiao

seguindo a que ia a Pamplona

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por lugares que ia passando

lhe dizia « adeus adeus  »

pelos vidros do carro espreitando

jà avistava os altos Pirineus

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num lugar junto a estrada

ali estava um senhor

o chofer me falava

« aquele é o passador »

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o passador de lambreta andava

por outra estradita seguia

o carro o acompanhava

isto éra ao romper o dia

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lindas trigueiras ali avia

mas ainda a verdejar

nao sei quando se poderia

aquele trigo ceifar

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o dia assim se anunciou

viajando no normal

quando a estrada acabou

eram seis horas ,perto de um carvalhal

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uma hora esperamos

até o sol crescer

vêm entao o passador e o guia

e dizem « vamos là a romper  »

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grande marcha se andou

sem mais querer saber

o guia nos deixou

e foi buscar de comer

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numa mata tao fechada

onde o passador nos foi meter

que nem se via o ceu divino

ele nao tardou em aparecer

com pao marmelada e vinho

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continuava-mos a andar

a viagem a fazer

naquela mata tao fechada

propria para nos perder

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depois fui encontrar

no monte,um carrouxo au revez

muitas emblagens ali vi

de tabaco português

50

au alto da serra chegar

era entao meio dia

para a viagem contiuar

nos entregaram a outro guia

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au alto da serra cheguei

com a roupa toda suada

ali me despi em nu e descansei

enquanto ao sol a roupa se enxugava

52

assim se vestiu a roupa

ainda meia molhada

logo comecei descendo

uma outra mata cerrada

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descendo e subindo serras

andando sempre sem parar

as duas horas da tarde

o passador,num souto nos foi deixar

54

là estivemos toda a tarde

sem comer nem beber

jà estava a vir a noite

e o passador sem aparecer

55

jà estava-mos sentindo

viagem de torturas

dizia entao o domingos

« sabendo o caminho ficava nas Asturias »

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« para traz nao volto eu »

diz o anibal arreliado entao

« para a frente é que eu vou

nem que va para a prisao  »

57

au estas palavras dizer

um homem entao a aparecer

com um pacote na mao

era o passador que nos trazia de comer

marmelada e pao

58

comigo esteve a conversa

com ar de sâcana e sereno

dizendo « ali tereis de ficar esta noite

naquele monte de feno  »

59

com o fêno se fez a cama

para descansar e dormir

durante a noite uma vaca nos comia as mantas

assim nos estava a descobrir

60

o domingos que era o da borda

foi o primeiro a sentir e ver

uma vaca a comer

levantou-se e logo se pos a correr

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fugiu a ladra

sem mais querer saber

au mesmo instante

começou a chover

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amanhecia o dia quinze

nem um barulho se ouvia

caia chuva devagar

parecia que ainda dormia

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assim se passou a manha

sem ninguem aparecer

as onze horas vem o guia

e diz, « au meio dia iremos romper  »

64

de tudo que me diziam

eu jà nada acreditava

so em ter reconhecido

em todos tanta mentirada

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au meio dia saimos entao

verdade falou aquele homem

passamos na ponte st Estebao

e fomos para o barracao da fome

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era bem perto da estrada

aquele ditoso barracao

tambem ali ficava

a aldeia de st Estebao

67

o passsador la nos deixou

foi buscar de comer entao

nao demorou em aparecer

com marmelada e pao

68

os que por ali tinham passado

assim o baptizaram

tu es o barracao da fome

os nomes nas paredes gravados

tinham deixado parte daqueles homems

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da uma hora da tarde até a meia noite

repousei naquele barracao faminto

recordo-me de um nome gravado

era o de jose pinto

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eu tambem fiz igual

assim como outros mais

la deixei gravado

sou joao antonio pires de vinhais

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a meia noite larguei

para alta serra montar

quando ao cimo cheguei

grandes rebanhos là vi a descansar

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mais adiante entao passei

numa mata escura e fechada

so as quatro da manha

é que cheguei a uma estrada

73

ali entao nos juntamos

a trez guias e cinco cavalos

seguindo com silencio e alerta

por uma estradita da floresta

74

num cavalo montei

so eu aproveitei

para so apear

au a estradita deixar

75

depois da estrada deixar

é que foi duro a valer

ja nao pensava mais nada

so que ali teria de morrer

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estava o sol a nascer

caminhando por mata tremenda

foi assim que tive de fazer

aquela noitada orrenda

77

nove horas dia dezasseis

é que o tal crosse acabei

nem quero mais recordar

lugares por onde passei

78

a beira de um ribeiro

onde me foram enterrar

num lugar tao ladeiro

que nem me podia sentar

79

ja nao me deixava a fôme

e sem ninguem aparecer

eu bebia agua fresca

porque nao tinha que comer

80

doze horas ali passei

horas de tanta amargura

quando de ali sai

ja era noite escura

81

seguindo a viagem ainda

com barriga faminta

ao bater a meia noite

é que cheguei a uma quinta

82

era em plena serra

que uma casa branquejava

so depois de trez horas andar

é que la se chegava

83

sitio onde descansei uma hora

fixai se quereis saber

estava cheio de fome

mas so me daram de beber

84

a uma hora da manha continuei

outro crosse a fazer

descendo por um caminho velho

Endaie estava a ver

85

as duas horas da madrugada

Espanha ia deixar

passei as duas estradas da raia

em Franca ia entrar

86

era agora territorio françês

a terra que eu pisava

até que enfim cheguei

ao paîs que aspirava

87

atravessando grandes fétais

que nao tem explicaçao

tinham grande orvalhada

como na manha de sao joao

88

encontrei muito gado de lâ

pela beira de um ribeiro

eram as trez e meia da manhâ

quando cheguei a um palheiro

89

naquele palheiro muito fêno

lei bem,toma sentido

estava parecia tabaco

de tantos la terem dormido

90

amanhecia o dia dezassete

entao me apagaram bem a fôme

a noite,seguimos viagem as sete

assim o destinou a sorte

91

as sete da tarde sai

com cautela e pericia

nao tardei em avistar

um grande policia

92

derrepente voltei para traz

dando volta por um desvio

passando em Monsseraz

e tive de atravessar um rio

93

depois de aquela volta dar

perto do policia tive de passar

com os olhos bem abertos

era apenas uma distancia de cinquenta metros

94

e logo depois num automovel montei

a st Jean De Luz me foi levar

as onze da noite comecei

no comboio a viajar

95

até Tours viajei sem apear

era onde tinha de ficar

para tomar outra linha

por onde avia de passar

96

eram quatro da manha

quando a Tours cheguei

passados vinte minutos

em outro comboio montei

97

era entao dia dezoito

dia de santa marinha

là ia seguindo de comboio

sem conhecer nadinha

98

cheguei a Montluçon

ainda na parte da manhâ

tomei outro comboio entao

que me levou até Moulins

99

ali desci para procurar

onde ficava o Creusot loire

que linha tinha de tomar

nao via jeito de la chegar

nem de a viagem terminar

100

ao chef da estacao perguntei

mas ele nao me compreendia

eu francês tambem nao falava

que ia ser da minha vida

101

a direçao lhe mostrei para me explicar

ele me escreveu num papel a hora da partida

e que em Nevers tinha de mudare

so as nove da noite ao Creusot ia chegar

102

de comboio toda a noite e dia

ia farto de viajar

mas vazia ia a barriga

ainda sem almoçar

103

ja vinha tao saturado

mais nao podia aguentar

se nao tomamos outro rumo

nao conseguimos là chegar

104

eram quatro horas da tarde

quando tomei outra resoluçao

de ir alugar um taxi

que estava diante da estaçao

105

o Nuno e eu assim fizemos entao

com o chofer fomos falar

mostrando-lhe o endereço

quanto nos ia quebrar

106

por uma agenda puxou

o homem de cabelos brancos

e entao nos explicou

que nos levava uma certa soma en francos

107

voltamos para a estaçao chamar

jà com mais satisfaçao

o Anibal e o Domingos

que estevam a esperar

108

la voltamos todos quatro

para no taxi montar

o taxista entao nos disse

que por quatro seria mais caro para nos levar

109

eu bastante irritado fiquei

mas nada podia dizer

era um clandestino

e so tinha a perder

110

o remédio foi aceitar

pagando o que ele queria

tirando-nos de preocupaçao

e foi mais facil para là chegar

111

as sete horas da tarde

chegamos entao au Creusot

o chofer procurava onde ficava

o acampamento Maillot

112

quando au Maillot cheguei

um homem de barbas encontrei

nao me era desconhecido

pensei e magiquei,é o Ramiro

113

era entao o ex policia de soeira

ali conhecido pelo pereira

aquel bom e belo rapazote

vinha a ser filho do zé pimparrachote

114

procurei entao o amigo Montouto

là me foram acompanhar

com ele nos fomos encontrar

de avental a cinta tratando do jantar.

115

foi assim,meus amigos,a minha viagem de clandestino

para França do dia 11 ao 18 em julho de 1965.

com a companhia do Nuno (tio carlos) Domingos(bingarras) Anibal (nibinho).

João António Pires

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